Data Publicação: 10/07/2023
Redação: RAFHAELA MARTINS PEREIRA
Diabete é uma doença crônica caracterizada pela elevação dos níveis de açúcar (glicose) no sangue, o que pode ter como consequência diversas complicações de saúde, como acidente vascular cerebral (AVC) e infarto do miocárdio. Problemas de circulação também podem surgir como consequência da doença, podendo acarretar, em casos mais severos, na amputação do(s) pé(s).
É importante destacar que, quando o diagnóstico é realizado, geralmente a doença já tem um ano ou mais de evolução, retardando seu tratamento e possibilitando complicações - daí a importância de alertar a população sobre o tema, seja para prevenir seu surgimento, seja para evitar o agravo no caso de quem já adquiriu a enfermidade.
Com isso, o PAI Vila Ema, em São Paulo, realizou uma ação orientando os pacientes idosos que fazem uso de insulina sintética (hormônio responsável pela redução da glicemia no sangue) sobre a atenção necessária com o pé diabético.
O problema é que esses membros vão perdendo a proteção natural e sofrendo diversas alterações, como fraturas espontâneas, feridas e deformidades. E, especificamente no caso dos diabéticos, as feridas são de difícil cicatrização e as fraturas dificultam o caminhar do paciente.
"Fizemos um levantamento de pacientes idosos que fazem uso de insulina e percebemos dificuldades para manter os cuidados com os pés, seja com a cognição ou limitação física. Além dessas dificuldades, os sapatos que eles utilizam são inadequados, o que favorece quedas favorecendo lesões, podendo causar até uma amputação. Então, criamos um grupo com idosos e seus familiares, onde pudemos fazer um compartilhamento dos saberes, com a finalidade de despertar o interesse nos cuidados com os pés", explica Graziela Gardini, enfermeira.
De acordo com o manual de prevenção e cuidados com os pés diabéticos do Iamspe, os seguintes cuidados devem ser tomados:
EXAMINE SEUS PÉS TODOS OS DIAS. Pela manhã, observando se há rachaduras, calos, bolhas, pequeno corte ou feridas, inchaços no pé e frieira entre os dedos " tudo isto pode causar grandes danos, pois são portas de entrada de bactérias que levam à infecção.
Caso não consiga examinar os pés devido a obesidade, você pode utilizar um espelhinho e, se não enxergar bem, peça para alguém examinar seus pés todas as manhãs. O objetivo é evitar que uma simples ferida leve a uma amputação!
OBSERVE A SENSIBILIDADE DOS SEUS PÉS. Não perceber que o chão está frio ou quente, apresentar calos, rachaduras, bolhas e cortes podem significar que seus pés já estão insensíveis. Lave os membros inferiores com água morna e sabonete neutro e seque, principalmente entre os dedos. Verifique a temperatura da água com o cotovelo antes de colocar os pés. Não use bolsas de água quente nem ande descalço no chão ensolarado para evitar queimaduras!
CUIDADO COM A UMIDADE EXCESSIVA DOS PÉS: Caso você deixe seus pés umedecidos, poderá ficar com frieiras nos dedos e isso levar a uma infecção. MANTENHA A PELE HIDRATADA, pois ela é ressecada nos diabéticos " pode ser qualquer creme hidratante de sua preferência. Porém, ele não deve ser aplicado no meio dos dedos (para que não fique úmido). As rachaduras da pele pela falta de hidratação também podem levar a infecção.
Além das orientações passadas, a equipe realizou a avaliação dos pés dos usuários e, quando necessário, fez o encaminhamento para o serviço especializado para início do tratamento.
"Sou portador da diabetes tipo 2 e acabei amputando minha perna direita por conta de um descuido meu. Com essa amputação, eu passei a ter acompanhamento dos serviços oferecidos pela UBS, onde realizo acompanhamento domiciliar com equipe do PAI, com fisioterapeuta, educador físico e nutricionista", comenta Juan Gonzalez, usuário da UBS Vila Ema.
Você sabia?
Mais de 382 milhões de pessoas no mundo têm diabetes. Em 2035, serão 592 milhões;
60% a 70% das pessoas com diabetes têm algum grau de neuropatia "pés insensíveis";
A neuropatia "pés insensíveis" está presente em 80% dos pacientes diabéticos que apresentam úlceras nos pés;
A diabetes é responsável por mais de 60% das amputações não traumáticas de membros inferiores.
Fonte: https://www.iamspe.sp.gov.br/wp-content/uploads/2017/01/cartilha-pe-diabetico.pdf